Novidades

Anúncio da desativação do Skank gera debate sobre o momento de um artista se retirar de cena.

Existe um momento certo para uma banda se retirar de cena? Esse questionamento foi reposto em pauta nas redes sociais ao longo do domingo, 3 de novembro, com a notícia de que a banda mineira Skank será desativada ao fim de 2020, após percorrer o Brasil com show retrospectivo em turnê de despedida intitulada 30 anos.

Quem se atreveria a sugerir aposentadoria a Ney Matogrosso, cantor de 78 anos que continua em cena com vigor jovial? Ou ao sempre antenado Caetano Veloso, de atuais 77 anos? E o que dizer de Elza Soares, contemporânea e moderna aos 89 anos?

De fato, por mais que o universo pop seja cruel com as cobranças (dos críticos e do próprio público) para que uma banda continue sempre com o brilho e a chama dos tempos iniciais, um artista deve sair de cena somente quando sentir que é a hora. E cabe tão somente a ele, o artista, determinar qual é esse momento e mesmo se haverá esse momento.

Há cantores e grupos que preferem pagar o ônus das cobranças, que sempre fizeram e farão parte do show e do jogo entre artistas e mídia. Até para que as contas continuem sendo pagas em dia. Sim, porque arte também é profissão, é meio legítimo de subsistência.

Sob tal viés, um grupo como os Titãs – que soa como sombra do que foi há tempos, até por ter somente três dos oito integrantes da formação clássica – tem todo o direito de sobreviver em cena, sustentado pela obra que construiu ao longo da trajetória.

É certo que o olhar futuro dos historiadores e críticos será mais generoso com quem deixar discografia compacta, coesa, sem máculas. Por sair de cena na hora certa, o Skank se beneficiará desta decisão que o impede de apresentar futuramente álbuns e músicas inferiores ao histórico honroso da banda.

Contudo, cada caso é um caso e a “hora certa” pode até nunca chegar para uns e outros. De todo modo, em qualquer caso, recomenda-se o bom senso e, sobretudo, o respeito pelo legado conquistado com suor e sacrifício.

Fonte: G1 Mauro Ferreira

Compartilhe com seus amigos

Deixe seu comentário