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Conexões internacionais de Ludmilla e Kevin o Chris atestam o crescente alcance mundial do funk brasileiro.

Sempre antenada, Madonna deu o sinal em 2017 de que o funk brasileiro extrapolava as fronteiras nacionais quando mostrou vídeo de MC Kevinho para as filhas.

Na sequência, em 2018, a cantora norte-americana convidou Anitta para participar da regravação do funk lusitano Faz gostoso (Blaya, Mc Zuka, Tyoz, No Maka e Stego, 2018) no álbum Madame X, lançado por Madonna em junho deste ano de 2019.

As recentes conexões internacionais de Ludmilla com Cardi B (em música ainda inédita gravada em 17 de outubro em estúdio de Nova York, nos Estados Unidos) e de Kevin o Chris com Drake (em remix de Ela é do tipo, hit de Kevin rebobinado em single lançado na quarta-feira, 6 de novembro) não deixam mais dúvidas sobre a crescente escalada mundial do gênero.

O funk do Brasil galga postos em todo o universo pop e conquista estrelas do primeiro time na velocidade de 150 BMP, subgênero que projetou Kevin o Chris, nome artístico de Kevin de Oliveira, funkeiro fluminense que completará 22 anos em 5 de dezembro com muito o que festejar.

Sim, porque ter uma música remixada com a voz de Drake é para poucos. Madonna é estrela de primeira grandeza na constelação pop, só que não dá mais as cartas no jogo da indústria fonográfica. Já Drake está no auge. É um dos artistas mais populares e relevantes do mundo em 2019.

Capa do single com remix de 'Ela é do tipo', de Kevin O Chris com Drake — Foto: DivulgaçãoCapa do single com remix de 'Ela é do tipo', de Kevin O Chris com Drake — Foto: Divulgação

Capa do single com remix de ‘Ela é do tipo’, de Kevin O Chris com Drake — Foto: Divulgação

Por isso mesmo, não é pouca coisa um remix de Ela é do tipo com a união de Kevin com Drake, com direito a novos trechos em inglês e com o rapper canadense arriscando um português com sotaque no refrão em 150 BPM.

Não é à toa que Anitta foi para as redes sociais festejar o feito do colega fluminense. “Mais um degrau na história de luta do funk”, comemorou a funkeira pop de visibilidade internacional. Tampouco foi por acaso que a mídia internacional deu atenção à parceria.

É claro que parcerias do tipo envolvem negociações e interesses entre gravadoras, empresários e gestores de artistas e marcas. Nada acontece à toa na indústria da música pop. Mas tais conjunturas empresariais jamais minimizam o êxito e o talento de muitos funkeiros do Brasil.

Anitta com Madonna na gravação do funk 'Faz gostoso' para álbum da cantora norte-americana — Foto: Reprodução / Instagram AnittaAnitta com Madonna na gravação do funk 'Faz gostoso' para álbum da cantora norte-americana — Foto: Reprodução / Instagram Anitta

Anitta com Madonna na gravação do funk ‘Faz gostoso’ para álbum da cantora norte-americana — Foto: Reprodução / Instagram Anitta

Gênero ainda marginalizado por parte da sociedade, por vir da favela e das periferias, o funk vem se impondo no Brasil e no mundo, tentando ultrapassar a barreira da língua portuguesa com uma batida de fácil assimilação em qualquer idioma musical.

Como um dia fez o samba, gênero outrora duramente perseguido antes de terminar absorvido pela cultura oficial do Brasil e até exaltado pelas elites do país, o funk já canta vitórias.

O samba ganhou o mundo através da Bossa Nova com influência do jazz e com versões em inglês. Gênero que disputa a preferência da juventude brasileira com o pop sertanejo, o funk está indo por outro caminho, mas também está chegando lá, galgando degraus e driblando estigmas. Tudo indica que o fim desse história de luta será feliz.

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