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O brilhante legado de Rita Lee para as próximas gerações

Rebelde, “porra louca”, irreverente, mãe e esposa!  A notícia da morte de Rita Lee chega cercada de boas lembranças deixadas pela artista. E isso se deve não só a sua brilhante trajetória musical, como a um legado que moldou o comportamento e a forma de pensar de muitas gerações. O Brasil se despede não só artista e de sua música, mas da Rita que se tornou um “estilo”, “um jeito de ser” para nós.

Carreira também no cinema: 5 filmes com Rita Lee no elenco
(Foto: Divulgação)

Cantora, compositora, multi-instrumentista, além de escritora e apresentadora, Rita construiu uma carreira de sucesso que começou com o rock, mas que flertou com diversos gêneros: da psicodelia de Os Mutantes ao pop, passando por disco, MPB, bossa nova e eletrônica ao longo de mais de cinco décadas.

Também se tornou uma das mulheres mais influentes do país, reconhecida por gerações de artistas por seu pioneirismo empunhando uma guitarra nos palcos, a irreverência que a levou à televisão, as opiniões fortes, a defesa da liberdade e dos animais.

Os Mutantes

Rita passa a compor a banda de rock Six Sided Rockers em 1964 – grupo dois anos depois, após mudanças de formação, viria a se tornar Os Mutantes, contando também com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, uma das bandas de rock mais populares da música brasileira, parte do movimento Tropicália.

Rita Lee e Os Mutantes | Foto: Reprodução/IMDB

A criatividade e a irreverência da artista inspiraram os momentos de maior relevância do grupo, até sua saída em 1972, que coincidiu com o fim de seu relacionamento com o colega Arnaldo Baptista.

Antes mesmo de deixar o grupo, já engatou sua carreira solo com o álbum “Build Up”, de 1970.

Primeiro álbum solo de Rita Lee, “Bild up” | Foto: Reprodução

Também depois de deixar os Mutantes, formou dupla com Lúcia Turnbull, acompanhadas pela banda Tutti Frutti, com quem gravou cinco álbuns e lançou o sucesso “Agora só falta você”.

Prisão

Em 1976, já morando com o músico Roberto de Carvalho e grávida do primeiro filho, foi detida pela ditadura militar por porte e uso de maconha, num ato do regime para “servir de exemplo à juventude” da época. Rita foi condenada a um ano de prisão domiciliar, e precisava de autorização de um juiz para sair e fazer shows.

Carreira solo

O fim da prisão domiciliar e da Tutti Frutti, pouco depois, fizeram o casal dar início à parceria que consagrou a cantora como artista popular, emendando um sucesso após o outro. Ela passou a se dedicar de vez à carreira solo em 1979.

Entre seus maiores sucessos no rock, estão os álbuns “Rita Lee”, “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Doce Vampiro”, enquanto “Lança Perfume” e “Baile Comigo” são referência de sua exploração no pop.

Já um nome consolidado nos anos 1980, Rita Lee marcou presença no primeiro Rock in Rio, subindo ao palco ao lado do marido, com quem havia lançado o disco “Rita e Roberto”.

Em 2001, seu disco “3001” ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa, e a artista recebeu mais cinco indicações ao prêmio Prêmio à Excelência Musical por sua carreira.

Já em 2012, anunciou sua aposentadoria dos palcos, durante performance no Festival de Verão de Sergipe, devido a sua fragilidade e condição de saúde – da música, no entanto, nunca se aposentou, como dito pela mesma em publicação nas redes sociais à época. No mesmo show, foi acusada de desacato à autoridade e levada à delegacia.

Ainda em 2012, fez seu último show, no Distrito Federal – sem considerar sua apresentação no aniversário de São Paulo no ano seguinte. Em abril do mesmo ano, lançou “Reza”, seu último álbum com músicas inéditas.

Em 2021, lançou seu último single “Changes”, em parceria com o marido. Ao todo, somando Mutantes e solos, Rita Lee lançou 40 álbuns.

Autobiografia

No ano de 2016, a cantora lançou o livro “Rita Lee: uma autobiografia”, onde revelou que foi abusada sexualmente aos seis anos de idade, por um homem que foi consertar a máquina de costura da sua mãe, contou detalhes de sua expulsão dos Mutantes e de sua batalha contra o alcoolismo.

Foto: Reprodução
Foi nesta autobiografia, inclusive, que Rita Lee deixou uma profecia sobre o que aconteceria após sua morte.

Trecho da autobiografia de Rita Lee | Foto: Reprodução

Diagnóstico de câncer

Em 2021, foi diagnosticada com câncer no pulmão e passou por tratamentos de imuno e radioterapia. Em abril de 2022, seu filho, Beto Lee, chegou a anunciar que a mãe estava curada do câncer. No entanto, rumores nas redes sociais alertavam que a rainha do rock teria ficado com a saúde fragilizada.

Após ganhar alta de sua última internação devido a algumas complicações inerentes ao câncer, em março deste ano, a estrela voltou para casa e logo divulgou novidade para seus fãs: seu próximo livro. A obra, como a anterior, se trata de uma autobiografia. O livro será lançado oficialmente no dia 22 de maio.

Foto: divulgação

Vale lembrar que além dos livros documentais, Lee também assina diversos romances e livros infantis. Na televisão, fez participações especiais em novelas como “Top Model”, “Malu Mulher”, “Vamp” e “Celebridade”.

Outros momentos marcantes da cantora em registros visuais

Formação da banda Tutti Frutti

 

Matéria da TV Manchete sobre Tropicalismo

 

Rita Lee e Gilberto Gil durante o espetáculo “Refestança”, em 1977

 

Rita Lee e Tim Maia em entrevista para o Jornal Pasquim, em 1970

 

O Brasil e a política brasileira, segundo Rita Lee

 

O polêmico clipe de “Obrigado, não”, exibido na TV aberta em 1997

Rita Lee deixa um legado imortal e uma legião de fãs após 75 anos de uma vida marcante. Um verdadeiro exemplo para as futuras gerações.

Fonte: Popline

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