♪ ANÁLISE – Anunciada há três anos e meio, precisamente em 3 de novembro de 2019, a decisão do Skank de se retirar de cena será enfim concretizada neste mês de março.
Adiada pela pandemia de covid-19, a turnê de despedida do quarteto mineiro engrenou somente em 2022 e chegará ao fim em 26 de março, na derradeira apresentação do último show, programada para o Mineirão, estádio mais importante de Belo Horizonte (MG), cidade natal da banda formada em 1991 por Samuel Rosa (voz e guitarra), Lelo Zaneti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria).
Histórico pela própria natureza da despedida de um dos grupos mais importantes do pop brasileiro, o último show do Skank no Mineirão ganhará registro audiovisual que gera álbum ao vivo previsto para ser lançado ao longo deste ano de 2023. Um testamento do legado dessa banda que está sabendo parar.
O Skank acerta ao sair corajosamente de cena antes que a banda virasse clone de si mesma. Em 2014, a edição do último álbum de música inéditas do Skank, Velocia, sinalizou que o quarteto já começava a girar na velocidade da própria luz sem arriscar salto estético como o que dera com discos anteriores como Maquinarama (2000) e Cosmotron (2003).
Três anos depois, em 2017, a turnê Os três primeiros – apresentada com sucesso em todo o Brasil com show criado com os repertórios dos três ensolarados álbuns iniciais da banda, calcados no reggae e em pop rock tropical – corroborou a sensação de que o Skank começava a ficar refém do glorioso passado do quarteto.
Sair de cena, reconhecendo que o auge criativo do Skank já passou (ainda que o lançamento da balada Algo parecido tenha reiterado em 2018 o talento sobressalente de Samuel Rosa como compositor), é atitude digna de aplausos para os músicos mineiros.
Skank se prepara para fazer o registro audiovisual do último show da banda, programado para 26 de março, no estádio MIneirão em Belo Horizonte — Foto: Divulgação